Móveis feitos de plástico reciclado, alternativas ao couro feitas de materiais naturais e revestimentos feitos de folhas de milho. Parece que estamos falando de um futuro muito distante, não é mesmo? Entretanto estamos falando do presente.
Esses novos materiais estão aí e mais milhares de outras alternativas que estão sendo experimentadas. Afinal temos cada vez mais incentivos e cada vez mais pessoas e organizações fazendo a diferença quando o assunto é sustentabilidade: O ano de 2019 tem tudo pra ser marcado pelos materiais da reciclagem.
DEMODÉ de Bernardita Marambio
É um novo material desenvolvido pela designer chilena Bernardita Marambio que busca reaproveitar resíduos têxteis. Estes são compostos tanto por matéria natural quanto de origem plástica. Os resíduos são aglomerados com um adesivo 100% biodegradável a base de amido assim conferindo resistência estrutural ao material.
Com este projeto se pretende amortizar, em grande parte, a alta porcentagem de resíduos têxteis que acabam em aterros sanitários. Resíduos provenientes da indústria chilena que se concentra, sobretudo, em Santiago (apenas nesta cidade são produzidas cerca de 46 mil toneladas deste tipo de resídio por ano).
Fonte: Archdaily - https://www.archdaily.com.br/br/01-135357/demode-mobiliario-textil-slash-bernardita-marambio-design-studio
Form Us With Love em parceria com a Ikea
Visando mostrar como a economia circular pode se manifestar também em larga escala, a Form Us With Love fez os móveis de uma cozinha com painéis feitos de garrafas plásticas e restos do processo industrial da madeira. Com 25 garrafas plásticas usadas por cada 40x80 cm, eles tornaram possível essa nova opção. Plástico não é lixo mas sim um recurso e eles provaram que ele pode ser usado em grande escala.
Saiba mais sobre o projeto: https://www.formuswithlove.se/work/ikea-kungsbacka/
Transformar madeira em papel é normal mas e o processo contrário?
A chave para o nosso futuro está em encontrar fontes de energia e recursos renováveis mas mais que isso, encontrar um meio de utilizar as toneladas de lixo que nós já produzimos. Carter Zufelt é um estudante holandês que pensou num processo para transformar jornal em algo parecido com madeira. Um meio de transformar os nossos materiais de descarte em algo que possa ser utilizado.
O papel é normalmente visto como o material no seu destino final embora deveria ser pensado como um dos passos de um grande processo. Porém esse processo alem de cortar o nosso recurso natural que produz oxigênio (arvores) resulta em vários materiais que não são utilizados durante a produção. Carter Zufelt conseguiu uma maneira de prensar o papel de uma maneira que resultou em um novo material, sólido e que pode ser transformado em várias coisas.
Esse também foi o conceito utilizado pelo designer Mieke Meijer, na Academia de Design de Eindhoven em 2003, na Newspaper Wood. A teoria da técnica ficou anos sendo amadurecida até que, enfim, uma empresa de design holandesa, especializada em design de interiores, gostou das ideias de Mieke e fez dela a base para produtos de design.
Luminárias de papelão ondulado do Projeto Estepa
As luminárias são um dos resultados da pesquisa realizada pelo projeto Estepa. Este é composto por Guillermo Cameron Mac Lean e William Clark, em colaboração com a Fundação Margarita Barrientos. O projeto é um empreendimento de fins sociais e ambientais para ampliar as oportunidades de desenvolvimento social dos setores mais desfavorecidos, através da formação e do trabalho.
Especificamente, a intenção é trabalhar usando as ferramentas necessárias para transformar a matéria-prima de descarte em produtos de design para posterior comercialização. Assim o processo envolve todas as áreas e etapas da cadeia produtiva, desde a coleta até a distribuição, incluindo a concepção e produção. Para as luminárias, decidiu-se começar trabalhado com papelão ondulado, pois é um material fácil de obter. Além de possuir alta resistência estrutural e que não exige maquinário de grande porte ou que gere riscos de acidentes durante a capacitação.
Really - materiais recicláveis
Solid Texture Board que seria uma tábua sólida têxtil, ou seja, um material de alta densidade feito de tecidos no fim da vida e resíduos da Kvradrat (empresa têxtil dinamarquesa). Aproveitando o desperdício que ocorre na indústria dos tecidos, a tábua é feita de algodão e lã. Pode ser uma alternativa a vários materiais que usamos atualmente, depende da aplicação. Foi feita em 4 tons: Azul, branco, grafite e um tom cru.
Really Feltro têxtil acústico
Absorve o som e tem boa aparência. Segue o mesmo processo da tábua sólida, resultando na mesma aparência porém tem um toque suave e textura que se assemelha com um tecido.
Sea Chair da Studio Swine + Kierden Jones
A “Sea Chair” (cadeira mar) é feita completamente de plástico recolhido dos nossos oceanos. Em conjunto, Studio Swine e Kieren Jones, tem criado dispositivos para recolher e processar os resíduos marinhos em uma série de cadeiras e banquinhos.
Não encontramos produtos com os exatos materiais citados no post. Afinal são produtos em fase de experimentação e de testes, mas escolhemos produtos que se enquadram na filosofia que foi exibida. Existem outras tendências de decoração com a mesma vibe. O Slow Living, por exemplo se relaciona com sustentabilidade e consumo consciente. Você já conhece o Slow Living?
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